A cirurgia de Mohs é atualmente o tratamento mais preciso e eficaz para o câncer de pele não melanoma, especialmente o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC). Esse método se destaca por oferecer a maior taxa de cura e, ao mesmo tempo, preservar o máximo possível de tecido saudável.
Neste artigo, você vai entender o que é a cirurgia de Mohs, como ela é feita, quando é indicada, além de conhecer suas vantagens, recuperação, riscos e por que ela é considerada o padrão-ouro no tratamento do câncer de pele.
O que é a Cirurgia de Mohs?
A cirurgia micrográfica de Mohs é uma técnica cirúrgica avançada que remove o câncer de pele camada por camada, analisando cada fragmento imediatamente ao microscópio.
Isso permite identificar e retirar apenas o tecido doente, evitando cortes desnecessários e garantindo a remoção completa do tumor.
O nome é uma homenagem ao criador da técnica, o cirurgião Frederic Mohs.
Como funciona a Cirurgia de Mohs? (Etapa por etapa)
De forma resumida, o procedimento acontece assim:
- Anestesia local na área do tumor.
- Retirada da primeira camada do tecido suspeito.
- Mapeamento e congelamento do material coletado.
- Análise microscópica feita no mesmo momento.
- Se ainda houver células cancerosas, o cirurgião remove uma nova camada somente no ponto exato onde o tumor persiste.
- O processo é repetido até não restarem células malignas.
O procedimento dura em média 2 a 4 horas, dependendo do tamanho e da complexidade do tumor.
Indicações da Cirurgia de Mohs
A cirurgia de Mohs é especialmente indicada em situações em que é importante garantir a remoção completa do tumor com máxima preservação de tecido saudável. Entre as principais indicações, estão:
- Tumores recidivados (que já voltaram após outro tratamento).
- Carcinoma basocelular (CBC) ou carcinoma espinocelular (CEC) de comportamento agressivo.
- Lesões grandes ou com bordas mal definidas.
- Cânceres localizados em áreas sensíveis, onde preservar tecido é fundamental, como:
- Nariz
- Pálpebras
- Lábios
- Orelhas
- Mãos
- Região genital
- Pacientes com alto risco de recorrência.
Vantagens da Cirurgia de Mohs
A técnica é considerada padrão-ouro no tratamento do câncer de pele não melanoma porque oferece uma combinação única de eficácia e preservação de tecido.
1. Maior taxa de cura
A cirurgia de Mohs apresenta taxas de cura que podem chegar a 99% em tumores primários e cerca de 95% em tumores recorrentes.
2. Máxima preservação de tecido saudável
Como a remoção é feita de forma direcionada, apenas nas áreas em que ainda há tumor, retira-se o mínimo possível de pele saudável. Isso é essencial em regiões delicadas e visíveis, como rosto e mãos.
3. Melhor resultado estético
Ao preservar tecido saudável, a cirurgia de Mohs tende a proporcionar cicatrizes menores e facilitar a reconstrução da área acometida.
4. Análise imediata do tumor
A confirmação da remoção completa do câncer é feita durante o próprio procedimento, reduzindo a chance de o paciente precisar de novas cirurgias na mesma região.
Como é a recuperação após a Cirurgia de Mohs?
A recuperação costuma ser relativamente rápida e com pouco desconforto. Em geral, o paciente pode ir para casa no mesmo dia.
Os cuidados mais comuns incluem:
- Manter o curativo limpo e seco nos primeiros dias.
- Uso de analgésicos simples, se houver dor.
- Evitar esforços físicos intensos no início.
- Proteger a região do sol, usando filtro solar após a cicatrização.
- Retorno ao dermatologista para acompanhamento.
A reconstrução da área operada pode ser feita no mesmo dia ou em um segundo momento, dependendo do tamanho e da localização do defeito cirúrgico.
Riscos e possíveis complicações
Embora seja um procedimento muito seguro, a cirurgia de Mohs, como qualquer cirurgia, pode ter alguns riscos e efeitos colaterais, como:
- Sangramento leve na área operada.
- Inchaço nos primeiros dias.
- Infecção (raro, principalmente quando há boa higiene local).
- Cicatriz – em geral discreta, mas inevitável em qualquer cirurgia.
- Alterações de sensibilidade temporária na pele ao redor.
Cirurgia de Mohs x Cirurgia Tradicional: qual a diferença?
A principal diferença entre a cirurgia de Mohs e a cirurgia convencional está na forma como o tecido retirado é analisado e na precisão das margens.
Na cirurgia tradicional, o cirurgião remove o tumor com uma margem de segurança maior, e o material é enviado para análise posterior em um laboratório.
Na cirurgia de Mohs, a análise é feita na hora, e o cirurgião remove apenas as áreas onde ainda há tumor, camada por camada.
Isso resulta em:
- Maior controle das margens cirúrgicas.
- Menor remoção de pele saudável.
- Menor chance de o câncer voltar na mesma região.
Por que a Cirurgia de Mohs é o padrão-ouro no tratamento do câncer de pele?
A cirurgia de Mohs é considerada o padrão-ouro para muitos casos de câncer de pele não melanoma porque:
- Oferece altíssimas taxas de cura.
- Permite preservar o máximo de tecido saudável.
- Garante melhores resultados estéticos, sobretudo em áreas visíveis.
- Reduz a necessidade de novas cirurgias no mesmo local.
Conclusão
A cirurgia de Mohs é a técnica mais avançada e eficaz para o tratamento de muitos casos de câncer de pele não melanoma, especialmente o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular em áreas sensíveis ou de alto risco de recorrência.
Se você recebeu o diagnóstico de câncer de pele, conversar com um dermatologista especializado em cirurgia de Mohs pode ser o passo mais importante para definir o melhor tratamento, unindo segurança, alta taxa de cura e um bom resultado estético.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a avaliação individualizada com um médico.